Quando começamos a estudar história, logo nos perguntamos: “como é que posso saber se o que aconteceu no passado foi real?” Ou ainda: “Que tipo de prova o historiador oferece aos seus leitores, de modo a confirmar a veracidade daquilo que ele está expondo? Pois então, as respostas para essas perguntas necessistam de um esclarecimento sobre aquilo que se denomina “fontes históricas”.
Para que se entenda bem o que são as fontes históricas, é necessário que se saiba que a palavra “fonte” aqui é entendida no sentido de “documento”, ou seja, algo em que está registrado o testemunho de algum evento que ocorreu no passado. Nesse sentido, as fontes ou documentos históricos constituem tudo o que ser humano produziu desde os seu primórdios. Tais fontes podem ser desde artefatos arqueológicos até dispositivos eletrônicos feitos no século XX, como os primeiros computadores ou microchips.
Há, é claro, uma diferença de complexidade entre as fontes. Por exemplo: as túnicas que os romanos usavam na época do império são fontes históricas menos complexas que o poema “Eneida”, de Virgílio, que narra toda a história da civilização romana. Entretanto, a história do vestuário, bem como a história literária, são igualmente importantes para se compreender bem um dado período histórico, haja vista que cada uma delas se debruça sobre um objeto específico.
Os pedaços de cerâmicas, as pedras lascadas e polidas, as urnas funerárias com ossos humanos, as pinturas rupestres e toda a gama de achados arqueológicos são também fontes históricas, pois dizem respeito aos ancestrais do homem contemporâneo. O que diferencia os registros do homem pré-histórico dos registros dos outros animais é a produção de sistemas simbólicos. Nenhum outro animal, além do homem, desenvolveu artefatos como machadinhas feitas de ossos ou de pedra, tampouco desenhou nas paredes das cavernas cenas com forte carga simbólica.
Há, inclusive, estudos especiais sobre determinados tipos de fontes históricas, como a numismática. O estudo denominado numismática tem por objetivo a análise, sob o ponto de vista histórico, das moedas. “Numisma”, em grego, significa “moeda”. Por meio dos vários tipos de moedas que já foram cunhadas ao longo da história, desde a primeira delas, feita pelo rei persa Dario I (chamada dárico), até as atuais, as moedas testemunham situações políticas, econômicas e culturais.
Outro exemplo de fontes históricas bem instigantes são os monumentos, que são, também, marcos de memória. Vejamos um exemplo: as pirâmides do Egito, localizadas no Vale de Gizé, próximo à atual cidade de Cairo. Elas testemunham o vigor civilizacional da época dos faraós, que as construíram para que funcionassem como mausoléus para guardar os corpos e a riqueza. Contudo, dada a sua perenidade, as pirâmides também compuseram o cenário de muitos outros acontecimentos históricos relevantes, como a batalha que as tropas de Napoleão Bonapartetravou contra os mamelucos no Egito. As Pirâmides, milênios após sua construção, estavam lá, como marcos de memória de muitas glórias passadas.
Nesse sentido, as fontes históricas são variadas e muito amplas. Cada tipo de fonte exige do historiador uma habilidade e uma especialidade diferentes. Ao historiador compete interpretar bem tais fontes e extrair delas aquilo que sustentará a sua argumentação. A diferença da “prova”, em história, para a “prova”, no âmbito de outras ciências, diz respeito ao modo como o historiador maneja as fontes na narrativa que ele constrói
Fonte:https://escolakids.uol.com.br/as-fontes-historicas.htm